quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Primeiro de Novembro

Eu sabia que era sonho. Aquele sonho meio acordado, meio dormindo. Quando o mundo está prestes a desvanecer nas brumas do imaginário. Eu sabia que estava em casa, mas minha casa era a rua. Uma rua qualquer, com calçada, muro de tijolos, pontos onde grama quer vencer a pedra e coisas assim. Estava deitado na minha cama e caminhava para onde eu não sei. Eu vi um cachorro, nem grande, nem pequeno. Um vira-lata de rua, simpático e com cores que não sei definir. Deitado na minha cama, eu me aproximei dele para lhe fazer um carinho. Algo mudou nele e um fúria incontrolável o acometeu. Avançou para me atacar, com uma voz desesperada. Pulou para me morder. Eu quis fugir, mas estava na minha cama quase dormindo. Eu não tinha para onde ir. Tropecei em meus pés e cai. Uma queda de morte. Uma queda de fim. Uma queda.

Acordei sobressaltado com o coração correndo, o corpo parado, os olhos abertos e leve sensação de não saber em quem confiar.